TJSC – Demora no atendimento e ausência de profissional gera indenização

No Norte do Estado, uma paciente será indenizada por esperar e não conseguir atendimento em unidade de saúde credenciada por seu plano. Por não receber a devida assistência, ela foi obrigada a procurar atendimento na rede pública. A ação tramitou no 1º Juizado Especial Cível da Comarca de Joinville e foi sentenciada pelo Juiz Rafael Osório Cassiano.

Em dezembro de 2021, a autora deu entrada no estabelecimento hospitalar com um deslocamento de mandíbula, causado por má formação, que a impedia de se alimentar e ingerir líquidos. Medicada, foi orientada a aguardar o médico especialista, que não estava no local. No decorrer, iniciaram-se sucessivos episódios de vômito. Pela incapacidade de fechar a boca, a situação gerou constrangimento, sem que tivesse qualquer auxílio. Horas após, a autora e seu marido decidiram buscar atendimento em hospital público, onde teve seu estado classificado como “muito urgente”, recebendo assim assistência médica imediata.

Contudo, as rés (plano de saúde e unidade hospitalar) alegaram, em síntese, que não houve a prática de qualquer ato ilícito, e que o mero aborrecimento experimentado pela autora não geraria o dever de indenizar. Já para o magistrado, perante o consumidor, a responsabilidade da operadora, hospital e equipe médica é objetiva e solidária.

Na decisão, o magistrado anotou que a espera de mais de duas horas para ser atendida, sem qualquer justificativa plausível, obrigou a paciente a buscar hospital público – onde foi socorrida sob prioridade de o caso ser “muito urgente” devido ao seu estado -, o que configurou falha na prestação de serviço. As rés não comprovaram que as condições de saúde da autora suportariam longo período de espera – pelo contrário, apenas confirmaram a alegação no sentido de que o médico especialista não estava presente no estabelecimento hospitalar – a autora fez prova de que no Hospital público obteve atendimento imediato de especialista, dada a urgência da situação. “Ante o exposto, condeno as rés – Operadora de Plano de Saúde e Hospital Credenciado – solidariamente, ao pagamento de indenização por danos morais no valor total de R$ 5.000,00”.

Fonte: Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina

 

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